segunda-feira, outubro 04, 2010

Fora de mim

Dá um aperto no coração que entristece os olhos. Tento animar a voz, falar de coisas que sei que gosta, tento... e fico sempre com a sensação que podia fazer mais. Mas não posso, não achas? O que achas? Diz-me.

Tento não me deixar sugar pela tristeza, tento ficar acima dela para que não a alimente ainda mais. Tento desviar o olhar e o pensamento, os seus e os meus. Tento manter a cabeça erguida, segurar as lágrimas na esperança que a aparente indiferença funcione como calmante para os ânimos. Lembro-me que fazias exactamente a mesma coisa. Mas é diferente, não é? Agora é diferente. Porque hoje sou a única, a que resta, a única que existe. É com as minhas mãos que conta, de mais ninguém, é delas que espera segurança e apoio. É nelas que quer descansar às vezes. Mas, às vezes, eu não posso dá-las dessa forma. Às vezes, não posso responder a resposta que quer ouvir porque acredito que, por mais lhe assim lhe pareça, não é essa a solução, apenas contribui para o remedeio.

Pergunto-te muitas vezes: estou a fazer bem? O que achas? Entendes-me?

E confio daquela forma cega e irracional de quem sente mas não vê. Confio que me vês e que também eu conto com as tuas mãos para me guiar.

1 comentário:

C disse...

Muito bonito. Sei que não é a mim que perguntas mas tenho que te dizer que sim, que estás a fazer tudo bem... muito bem...