O sr. agente imobiliário entrou. Simpático, prazenteiro, todo sorrisos. O gato B. gostou deste também e por isso fez questão de o receber da melhor forma: roçou-se nas suas pernas, cheirou os sapatos e as calças, quis agarrar a caneta com que ele escrevia, explorou o conteúdo da sua pasta de documentos... e eu, sempre, pedindo desculpas "ele é muito sociável, demais até...", pegando nele, tentando afastá-lo dali enquanto ouvia "não faz mal... errrr... está tudo bem... errr...".
A conversa continuou, o homem falou que se desunhou, o gato B. cheirou-o de alto a baixo, eu dobrei-me mais não sei quantas vezes para o pôr na ordem. Até que, preparando-me para o afastar pela milésima vez, algo me trava... O sr. agente imobiliário, mais à vontadinha, está na ponta de sofá de pernas abertas. O gato B., aproveitando a abertura, eleva-se e enfia o focinho nos... nas... na relíquia do senhor! e lá fica, a registar os odores.
Várias possibilidades tortuosas se me atravessaram a mente naquele momento, enquanto o fulano continuava a falar e eu só via os lábios a mexer: e se eu me tivesse baixado para tirar o bicho? Dava por mim a roçar a testa em ditos alheios! (Será que conseguia vender a casa mais rápido assim...? Hhuumm...). E se o gato B. tem algum antepassado espanhol e não tarda se põe a dar com a pata para perceber melhor com que está a lidar?? Ou decide fazer daquilo trampolim para saltar para o colo? Ou... resolve afiar as unhas????
Ok, pára, sorri, finge que estás a ouvir tudo o que ele está a dizer e que não se passa rigoramente nada abaixo da tua linha de visão, respira fundo... não há-de ser nada...
(Mãe sofre...)
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