quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Da lavadeira ao porco, do porco ao bêbedo de karaoke

Vinda de uma sala de formação onde tive oportunidade de usufruir de algumas paragens cerebrais. E porquê? Porque me obriguei a elas, paragens induzidas, portanto, alguns segundos de pura papa mental, de cérebro a babar e de língua de fora, sem conseguir articular qualquer palavra quanto mais pensamento lógico. E porquê? Por uma questão de sobrevivência. Porque se, naqueles preciosos segundos, não me tivesse escapado para as profundezas da minha Crinabel pessoal, tinha ofendido alguém. Ou batido. E batido mais um bocadinho e mais um bocadinho e até mais um bocadinho até deixar de ouvir a voz de mão na anca que soou, vezes demais, ao fundo da sala, ainda por cima sempre acompanhada de uma ou outra barbaridade com o puro objectivo de se fazer notar. E a formadora a dar-lhe conversa e por isso também a merecer dois berros bem dados!

Vai daí, optei. Optei pela minha sanidade conseguida através da loucura temporária. E até foi giro.

Depois, voltei para o cantinho de sempre. Encontro tudo calmo, estranhamente calmo, todos armados com auriculares ou concentrados no computador...! E até a "bailarina" da frente e o seu partenére "descanso-de-pés-chiante" primam pela ausência! Boa, pode ser que consiga afinal descansar a cabeça...

Mas, de repente, começo a notar que o silêncio é, por vezes, quebrado por um som estranho, muito estranho, às vezes estridente, às vezes gutural, desconexo, daqueles que nos fazem franzir a cara e correr a tapar os ouvidos tal a má disposição que causa, que nem parece deste mundo, quase alienígena! "Meus Deuses, mas será?? Estamos a ser atacados como os filmes de Hollywood sempre previram? É desta que seres de outros mundos me caçam e me transformam, sei lá... numa morcela de arroz ou assim?!?". Parei o que estava a fazer e a medo espreito por cima do monitor na direcção de onde me parecia vir o som maligno. Continuava tudo com phones... a trabalhar... ninguém se tinha ainda apercebido do ataque iminente! Resolvo levantar-me para dar o alerta "Caramba, são meus colegas! Olha, que se lixe, ponho em perigo a própria vida mas ao menos tento salvar alguém!" e eis senão quando dou de caras com o dito ruído estranho mas desta vez trazendo atrás de si uma boca... uma boca, um nariz, uns olhos e os phones também... tudo humano.

Volto a sentar-me, recomponho-me do susto e penso: Ooookkkk... afinal não há razão para medos... afinal é só uma colega a acompanhar com voz (ela diria "cantar") o que soa nos seus ouvidos...!

Pois... é... e é francamente melhor...

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