quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Day off

Não é à segunda-feira, como eu normalmente gosto, mas foi o que se conseguiu arranjar.

Reparo agora que não o faço há meses, tantos meses. Reparo agora que não o fazia porque necessitava de rotinas para sobreviver, as poucas rotinas que me restaram, más ou boas, não interessava, a única parte da minha vida que se manteve igual. Podia não fazer nada de jeito, muitas vezes foi exactamente o que aconteceu, mas era a única razão que tinha para me levantar da cama e eu agarrava-a com unhas e dentes. Ia. Fui sempre, sem interrupção. Ia porque necessitava dessa estabilidade, porque era a única que tinha, porque ali eu era eu, a mesma, nada tinha mudado. Em comparação com o resto da vida, era o único sítio onde eu me encontrava de novo comigo.

Folga. Porque se proporcionou, porque olhei para ela e entendemo-nos. Quis tirá-la e tirei. Folga. Para não fazer nada, para fazer o que me apetece, para apanhar sol, para conversar, para descansar. Folga. Para dar ainda mais espaço de manobra áquele que é o meu grande defeito: penso demais e as folgas são amigas dos pensamentos. Penso demais, penso demais... e, na maioria das vezes, sinto-me como a única que pensa alguma coisa.

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