sexta-feira, fevereiro 25, 2011

A resposta à altura

Há conversas que não nos acrescentam nada. Seja porque os diferentes interlocutores não estão em dia de falar a mesma linguagem, porque a nossa cabeça não está preparada para receber o que ouve, porque nada há de novo, no limite, porque o céu está cinzento e chove e o humor arrasta-se pelas ruas da amargura.

Mas há outras que, simplesmente, nos preenchem... O assunto até pode ser do mais batido que existe, os argumentos até podem já ter sido discutidos até à exaustão, as pessoas até podem ser exactamente as mesmas e também nada ter acontecido de significativo... mas isso não interessa absolutamente nada. O que interessa é que, naquele momento, reina a absoluta empatia. E não há nada mais reconfortante.

É bom poder falar sem medos, sem vergonhas. É bom poder perguntar "sou uma idiota, não sou?" e ouvir "és mas eu gosto de ti à mesma" ou "és mas no que depender de mim vais deixar de ser". É bom receber sinceridade, genuína preocupação, é bom poder dizer e ouvir as palavras todas, sem rodeios. É bom termos quem nos queira bem ao ponto de nos ameaçar "se for preciso, levas um par de estalos!" e é bom sentir que não somos totais atrasados mentais ou que, pelo menos, se somos, estamos acompanhados porque o outro até concorda connosco e não se coíbe de o dizer. É bom porque nos entendem, é bom porque podemos ser nós próprios e receber o mesmo em troca. É bom porque nos fazem sentir que afinal andar por aqui, por esta vida, vale a pena...

Sim, querida F., considera este post como uma espécie de declaração de amor... digo "espécie" porque, convenhamos, temos o "nosso" marido pelo meio e embora saiba que ele até é um tipo arejado e moderno não sei se, apesar de passados todos este anos, já se habituou à ideia de que quando casou contigo, casou comigo também...

E sim, querida F., disseste "já viste que és uma rapariga com muita sorte?". E eu respondo: já vi, sim, sem dúvida nenhuma que sou! :)

1 comentário:

Pepita disse...

Amiga T,
O que é mesmo bom na vida é cruzarmo-nos com almas que nos preenchem e tu fazes isso comigo e é bom saber que eu estou no bom caminho para fazer isso contigo.
Quanto ao “nosso” marido acho que ele é suficientemente moderno e arejado para perceber este “nosso caso”; aliás acho mesmo que até é capaz de achar alguma piada à hipótese de se juntar a nós :-)
Ao longo deste meu processo tenho aprendido muitas coisas e que também eu sou uma pessoa de sorte… tu és uma das minhas SORTES!!!