Apesar de tudo não consigo fugir de mim, do que sou. Por mais que me digam, que me avisem, só dobro o que a minha espinha dorsal permite, só avanço numa direcção quando ela me faz sentido internamente e, principalmente, não persigo objectivos levando a cabo acções que me possam causar desconforto. Tenho, assim, a estranha mania de exigir de mim própria conseguir pousar a cabeça na almofada e dormir, vejam só... Há quem, certamente, consiga que a consciência não lhe pese, faça o que fizer. Na minha opinião, o motivo é lógico: o que não existe não pode pesar. No meu caso a dita existe, está lá bem presente e, de vez em quando, verifico que só atrapalha.
A situação é simples: mais uma vez, agi de acordo com a minha consciência, com os meus valores, com aquilo que achei correcto, mesmo tendo ouvido opiniões que me diziam o contrário, talvez até já tentando prevenir-me e, novidade das novidades!, lixei-me, fui prejudicada. Sim, disseram-me que tinham consciência da grande injustiça, sim, tentaram explicar e garantir que tudo tinham feito. Mas só serviu para que chegasse a uma conclusão: a culpa é minha. Fui consciente demais, séria demais, decente demais. Que é a mesma coisa que dizer burra demais. E o mundo é dos espertos, segundo dizem...
Se pudesse voltar atrás, agia de forma diferente? Não sei. Provavelmente a massa de que sou feita iria levar-me a ser burra outra vez.
Será que aprendi alguma coisa? Aprendi, pois. Aprendi que existem dois lados. Eu sei onde estou e sei também que não é o lado mais fácil, mais justo. Devia ser mas não é. Só que a vontade de conseguir andar de cabeça erguida e nariz empinado continua a correr-me nas veias e, enquanto assim for, o "outro lado" vai ter que passar sem mim.
Sou burra, sou. Mas orgulhosamente burra.
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