Lembro-me dos cheiros, principalmente dos cheiros. Doces, frutados, intensos. Lembro-me da brisa morna que até se podia julgar fria em comparação com o calor com que fui recebida. Lembro-me dos sorrisos afáveis e compreensivos, da calma e à vontade em que me deixaram, como se fosse normal eu estar ali, como se fosse normal eu estar ali daquela forma. Deixaram-me sossegada, deram-me o meu espaço e o seu para eu utilizar como entendesse. Sem pressões, sem julgamentos, sem pena. Olharam-me de coração aberto e deixaram que eu entrasse quando quisesse. Olharam-me e viram-me para lá da tristeza que inundava os meus olhos, para lá da escuridão que eu emanava, não as desprezando mas conseguindo que elas não ditassem as regras. Não me conheciam e conheceram-me assim. Aceitaram-me assim. Ofereceram-me o que tinham assim. Há pessoas realmente fantásticas.
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