Cansaço, puro cansaço. Sem me dar conta, adormeci no regresso. Sem me dar conta, a tensão acumulou-se e, ao libertar-se, deixou-me sem forças. Mas a jornada tinha um propósito e esse foi cumprido. Fui e estive como queria estar. Fiz o que achava que devia, senti-me bem ao fazê-lo. E paralelamente, acabei por trazer comigo mais de mim de que não estava à espera.
Trouxe a certeza de que, apesar de tudo, sou uma pessoa bem resolvida. Senti na nuca os olhares e a energia negativa que emanavam e deixei-me estar não deixando que me afectassem. Ali fiquei, no meu espaço, meu por direito, meu porque eu quero, assumi-o sem que qualquer intimidação me tocasse. Fui eu, estive eu e o resto é conversa.
Ouvi um suspiro entre lágrimas que me disse: nunca mais foi o mesmo. E, pela primeira vez na vida, senti empatia com aquele ser que conheci tão pouco... nunca mais fomos os mesmos, pela mesma razão, pela mesma pessoa.
E, por último, aquele quase estranho foi-me sendo apresentado através de outros, através das suas palavras e olhares, através da sua dor. Em poucas horas, passou a ser um quase conhecido. E, em poucas horas, compreendi um pouco mais de quem era afinal e, acima de tudo, vislumbrei o que tu sempre conheceste. Sou mais rica cá dentro por isso.
De resto... bom, o resto aqui continua, sendo amassado e amassado de novo, devagar, devagarinho, ao meu ritmo, caminhando para que se desfaça. Uns dias consegue enublar-me os olhos, outros, é o sol que irradia em mim. E nestes últimos, volto a ser aquela que consegue entusiasmar-se com as pequenas coisas. E isso é bom.
Sem comentários:
Enviar um comentário