Estás-me a ver? Estás-me a ver de onde tu estás? Tenho saudades de te dizer "olá", de ouvir-te dizer-me "olá". Tenho saudades de ver a tua cara e de adivinhar o que querem dizer as tuas expressões. Tenho saudades de dizer "olá" porque depois do "olá" pode sempre seguir-se o "e então, o que contas?" para depois me sentar e ouvir-te contar. Tenho saudades do que tens para me contar e do som do teu riso. E tenho saudades que me ouças quando conto as minhas coisas. Sabes, tenho-as aqui, as minhas coisas, encarreiradas, por ordem, para te contar. Como se elas só fizessem pleno sentido depois de tas entregar, como se elas só completassem o seu círculo de existência depois de as ouvires, contadas por mim. Aconteceu tanta coisa, tanta... será que sabes? Será que vês, que sentes? Será que, apesar de tudo, me ouves quando finjo, no escuro, que estás sentado à minha frente? Tenho saudades do "olá" e de não precisar dizer mais nada a seguir. Tenho saudades de olhar para a tua cara, para as tuas mãos, de sentir a energia da tua presença, de ouvir a música que emanas, as notas que conheço tão bem. Tenho saudades de saber-te aqui.
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