quarta-feira, julho 07, 2010

As vinte e quatro horas de "Le T."

Começou à meia-noite. E à meia-noite em ponto recebo a primeira mensagem, e à meia-noite em ponto estava "no centro do mundo". Fiz questão, fiz de propósito, já que era ali que me encontrava. Enquanto as badaladas ecoavam dentro de mim, olhava o mapa a toda a volta esperando assim conseguir absorver a energia de um planeta inteiro. Depois, gelado de limão com uma vela que se acendeu duas vezes porque dá sorte e porque o ano passado falhei. À sombra da luz da lua, apesar dos quase trinta graus, sinto o rio, admiro a ponte, observo as estrelas. E as lágrimas correm ajudando a arrefecer a cara... Surge então a melhor interpretação de todas. Tinha ido ali parar, sem planear, simplesmente porque me pus a andar, e a meia-noite tinha soado ali, justamente ali, no local onde os nossos antepassados resolveram desafiar-se e rumar a novas descobertas, a descobertas de novos mundos, por alguma razão. Ali, começou uma nova era. Começará também para mim? Terá sido coincidência? Não sei. Sei, simplesmente, que era ali que estava.

O dia propriamente dito era, simultaneamente, dia de D. P.. A minha primeira reacção foi pensar em trocar para poder dormir mais um bocado mas acolhi a sugestão de aproveitar o facto de ter que "madrugar" e gozar mais o dia. E assim, surge a ideia do pequeno almoço numa esplanada, saboreando a manhã de Verão. Depois, rumo à "minha minha" prenda. Uma hora inteira nas mãos de outros, a cuidar do corpo, da pele, da mente ("Ui!! Tinhas carradas de porcaria para tirar de cima, não???"). A avenida recebe-me, quente, muito quente!, enquanto a desço mais leve e me enfio em tudo quanto é loja e lojinha, sem compromissos, sem nada de especial em mente, apreciando simplesmente esse tempo meu. Segue-se o almoço "no meio de fábulas", no patamar que interrompe a escadaria calcetada, debaixo daquela árvore que se estende de um lado ao outro da rua formando um tecto verde e fresco. Aqui e ali, mensagens, telefonemas, vozes e palavras amigas do peito a debruar de cores vivas as horas que vão passando. Mais comprinhas, mais passeios e rumo à praia porque num dia destes até é pecado não ir dar um mergulho com o mar aqui tão perto. E ele recebe-me de braços abertos... O jantar à beira-rio (como tínhamos combinado, lembras-te?), mais uma vez a natureza a brindar-me com o seu calor, e o regresso a casa exactamente vinte e quatro horas depois.

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