quarta-feira, julho 09, 2008

Sem saída

A insatisfação e a urgência instalam-se. A sensação de que tem que ser agora, já está tarde, tem que ser agora senão nunca mais é...! E as entropias, logo a seguir, os bloqueios, os caminhos que não aparecem escancarados à sua frente, as portas fechadas. Sente-se encurralada, num beco sem saída. Vê-se numa sala sem porta mas com janelas a toda a volta quase junto ao tecto. Do lado de lá consegue vislumbrar um outro mundo mas não sabe como lá entrar. Não sabe que janela há-de tentar abrir, não sabe qual delas é a saída da sala fechada. Até porque são todas tão inatingíveis, tão altas, tão improváveis. Olha em volta e não há nada que a ajude a lá chegar, um banco, uma escada, nada. Está tudo vazio. E as janelas continuam lá em cima, a deixar entrar alguma luz, a não deixar esquecer que existe um mundo para além delas. Mil e uma soluções, das mais práticas às mais loucas, passam pela cabeça. Mil e uma desculpas também. A ânsia de querer fazer mais, de ir mais além anda de mão dada com a dormência de quem, na sua cabeça, já tentou trepar a parede da sala mil vezes sem saber nem ter onde se agarrar. A vontade anda, a par e passo, com o medo . Parece não haver saída possível.

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