segunda-feira, julho 14, 2008

A tribo



Sol de fim de tarde ainda alto. O vento chegou de manhã e instalou-se com tudo. Depois de um dia de praia passado a lutar com a toalha, que teimava em não assentar na areia, e a rir dos donos dos chapéus de sol que aproveitavam o empurrão do vento para fugir ao cativeiro (tss... tss... tss... ainda não têm o "Perfurador"... ), dirigimo-nos ao local de encontro, marcado poucos dias antes: Trafaria. O petisco espera e nós começamos a chegar.

Ameijôas à Bulhão Pato (nome de poeta, atenção!), farinheira de Mação, búzios, saladinha de polvo, sangria, travessas a passar, para trás e para a frente, entre risos, conversas cruzadas, piadas, brindes e mais brindes, a tudo e a nada. "Não cruza!! Olho no olho!!! Não cruza!!"

Somos nós, como ainda conseguimos ser.

Bolo de anos partilhado, velas também. "É o ano do Senhor"! Pedem-se os desejos, em segredo mas com todos como testemunha, abrem-se os presentes, dados por todos. O champagne empurra finalmente a rolha para o vigésimo brinde da noite, há risos de chantilly e morangos, "ainda quero ir à 2ª fatia"! Histórias, planos, conversas sobre tudo ou sobre nada, de quem se sente em casa e fala por gosto.

Lá fora, a enfrentar a ventania, beijos e abraços de despedida que não são mais do que um "até já".

Somos nós, simplesmente nós. E eu não me imagino de outra forma.

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