segunda-feira, julho 21, 2008

Zen

Estou com saudades de fazer acupunctura. Não importando o objectivo, tenho saudades do percurso... cheiro a velas de baunilha, música de fundo, cores claras e limpas, temperatura aconchegante, 20 minutos comigo, só comigo, a pensar no que me apetece, a relaxar.

Ao longo da minha ainda curta existência fui compreendendo a importância do relaxamento, do "me time" interior, do contacto comigo. A acupunctura, e depois os cursos de teatro, ensinaram-me muito a esse respeito. Aprendi a sonhar sem estar a dormir e sem estar acordada. Aprendi a pousar a cabeça e a deixar-me levar, para onde a minha mente entendesse. Fiz viagens, vi lugares, conheci e revi pessoas, senti luz a invadir-me, centímetro a centímetro, a luz azul. Aprendi a isolar sensações e a explorá-las. Aprendi a entrar num mundo que sempre foi meu mas que nunca tinha conhecido verdadeiramente. Ainda tenho muito que evoluir neste campo, as minhas capacidades de concentração ainda são ridículas, mas já consigo conceber passar tempo comigo própria, ouvindo a minha voz interior sem considerar que poderia estar a fazer qualquer outra coisa, mais prática, mais terrena.

E é disso que sinto falta. De me disponibilizar a reservar um pouco do meu dia para acalmar o turbilhão frenético que é a minha cabeça, para pôr na ordem os milhentos carneiros impossíveis de contar porque nunca pulam a cerca como eu quero, nem à mesma velocidade, e às vezes saltam aos pares, e não são todos da mesma cor, e têm cadências diferentes, e há grandes e há pequenos... é uma azáfama!

Decididamente, ando a precisar de acordar o que há de zen em mim...

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