2ª feira. A preguiça do costume, a vontade de dormir, a falta de paciência para seja o que for e a cabeça a fugir para os dias que passaram. Amigas do peito, quase irmãs, risos misturados com chuva, muita chuva, conversas nossas, pelas ruas velhinhas da nossa cidade, música a fazer dançar, pular, cantar como se não houvesse amanhã. Nós, juntas. A cama quentinha ao chegar e a ilusão doce, de ninho que me faz pensar que está tudo só no começo. Mas fico sem forças. Não me reconheço e não gosto do que vejo quando olho em volta. Quase que me falta o ar. Os momentos antes de um fim? Um fim que não se vê mas que se sente, um fim interno de um tempo interno que pode não berrar, não gritar anunciando que chegou mas que o é, simplesmente. Porque os olhos têm um certo brilho de medo, de pena, de dor, às vezes de ódio. E esse brilho crava-se na memória e muda-nos de forma irreversível.
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