domingo, março 28, 2010

As horas

Jantar à luz de velas, com um copo de vinho tinto a acompanhar tostinhas com salmão fumado, temperado com pimenta e limão. Era a Hora do Planeta e como houve atraso, para compensar, as velas mantiveram-se o resto da noite. O rádio que informa que afinal não são 2 mas 3, a hora que mudou sem que me tivesses avisado. O atraso de manhã e a combinação: fingimos que a hora ainda é a de ontem, ok? As horas de sol, pelas ruinhas e ruelas, as horas de conversa de quem só precisa falar. E a hora de as trazer para minha casa, as tuas notas, as notas que me foste dando sem saber, ou talvez sabendo, e que apenas esperavam a hora certa para se assumirem minhas e passarem a fazer parte do meu espaço, das minhas horas. A hora que estica a tarde e permite ler ao ar livre depois de um dia fora de mim. O meu momento meu, a minha hora, eu comigo, e eu mesmo eu, de livro grosso na mão, a receber o sol que se deita mais tarde, a partilhar a brisa que atravessa as árvores e que toca as páginas nas minhas mãos.

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