E por falar em bitch slap caio em mim e vejo como é tão fácil apontar o dedo. Tão fácil... tão melhor apontar ao desbarato e poder distribuir culpas, responsabilidades por aí. Porque nos descansa e até traz uma certa sensação de paz, porque nos iliba, porque nos tira um peso de cima dos ombros. Mas a verdade acaba por vir ao de cima e acaba por se "chapar" mesmo no meio da nossa cara, mais tarde ou mais cedo. E assim vemos, à força do choque, que andámos a escamutear o que estava mesmo à nossa frente, a "tapar o sol com a peneira", como diz o povo, a evitar ver o que que temos que ver. Podemos, mesmo assim, voltar a deambular pelas nossas florestas, perdermo-nos outra vez nos seus caminhos e fugir da clareira onde o sol desenha um foco no chão e destaca a realidade nua e crua. Podemos, sim, voltar a emaranharmo-nos nos ramos e arbustos, o mais certo é que o façamos porque o cérebro é um malabarista quando trata de se proteger. Mas a visão da clareira fica connosco, já não há como fingir que não a vimos, que não estivemos lá. Já não há como ignorar que, afinal, o dedo aponta para nós.
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