Dou-te a mão. Dou-te a mão quando penso sozinha no banco do jardim, dou-te a mão quando o vento bate na minha cara, dou-te a mão quando ando na rua como fazia quando era pequena e só conseguia agarrar o teu dedo mindinho. Dou-te a mão quando choro, dou-te a mão quando rio, dou-te a mão para adormecer. Sinto os meus dedos a apertar o vazio mas aperto com força e finjo que a pele que sinto é a tua, imagino que o calor que me inunda é-me passado por ti. Dou-te a mão porque todas as minhas células me dizem que tu ainda cá estás. Dou-te a mão porque me sinto simplesmente à espera que voltes de uma viagem e por isso dou-te a mão enquanto não chegas. Mas sei, no fundo sei, que te dou a mão porque ainda não sei andar sozinha. E vou-te dar a mão até me sentir crescida o suficiente para a largar.
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