Virar as costas às costas viradas, deixar deslizar pelos dedos e para o chão, sem qualquer esforço, o que se perdeu. Está vazio, oco, é só invólucro do que foi. Não tem peso, não tem valor, está à vista que já não tem substância. Esquecer a escuridão da vida apagada, fria e estéril, esquecer que houve uma vida lá atrás. E avançar. Avançar em direcção ao calor, aos braços abertos, ao que a vida dá a ganhar, à luz que vem lá de fora. No fundo, viver. Viver.
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